Estudo 5

https://www.uol.com.br/bibliaworld/igreja/estudos/nicod008.htm

Objetos que Trazem Bênção e

                 Maldição: Um Estudo sobre o Uso de

                             Objetos e a Fé

                          Augustus Nicodemus Lopes

 

               Um assunto que tem provocado muita polêmica em

               nossos dias é o ensino do moderno movimento de batalha

               espiritual acerca de objetos que têm o poder de abençoar

               e amaldiçoar aqueles que os tocam ou possuem. Nesse

               pequeno artigo, procuro compreender esse ensino e

               oferecer uma avaliação.

 

               Objetos que Trazem Bênção

               Nos cultos de muitas igrejas de libertação, objetos

               variados são empregados como canais de bênção. Eles

               são ungidos (abençoados) nos cultos com o objetivo de

               passarem ao fiel algum tipo de benefício. Os mais comuns

               são a água fluidificada (colocada sobre o rádio ou TV

               durante a oração do "homem de Deus"), a rosa ungida,

               ramos de arruda, sal grosso, óleo, água, vinho, pedrinhas

               trazidos da "terra santa" (Israel), fitinhas, pulseiras e

               lenços.

 

               Embora os líderes dessas igrejas insistam que esses

               objetos abençoados funcionam apenas como apoio para a

               fé dos crentes, ao fim, acabam sendo usados como

               talismãs, fetiches e outros objetos "carregados" de poder

               espiritual. Os seus possuidores devem usá-los de acordo

               com algum tipo de ritual, após o culto. A água pode ser

               bebida em casa, após a oração de consagração. O

               "cajado de Moisés" deve ser usado para bater naquilo que

               o crente gostaria de ter (um carro novo, por exemplo).

               Lenços ungidos devem ser carregados junto ao corpo por

               determinado tempo, geralmente durante o tempo de uma

               corrente de oração.(1)

 

               Muitas vezes objetos são "abençoados" nessas igrejas

               com o objetivo de espantarem e expelirem demônios. A

               idéia que está por detrás desse uso religioso de artigos e

               objetos é o de que as entidades espirituais (anjos e

               demônios) podem ser atingidas através dos sentidos como

               cheiros, cores, gosto e vozes. Nesse ponto os cristãos do

               primeiro século se afastaram significativamente das

               práticas exorcistas do Judaísmo da sua época, que foram

               desenvolvidos no período intertestamentário. Os métodos

               rabínicos de tratar com demônios incluía o uso de tochas

               de fogo à noite, amuletos, filactérios,(2) fórmulas mágicas,

               fumigações, entre outros. A idéia era que essas coisas

               teriam em si algum tipo de poder mágico contra os

               demônios.(3) No cristianismo primitivo, entretanto, a idéia

               de que demônios pudessem ser atingidos através de sons,

               cheiros ou coisas materiais e tangíveis, está ausente.

 

               É importante dizer que não duvido da sinceridade e da

               boa-fé dos que empregam esses objetos. Entretanto,

               podemos estar sinceramente enganados no que diz

               respeito ao culto a Deus, como os judeus na época de

               Paulo (Rm 10.1-2). É minha convicção que o uso desses

               objetos como apoio para fé ou canal de bênçãos não faz

               parte do culto agradável a Deus que nos é ensinado nas

               Escrituras.

 

               Entendendo o uso de objetos na Bíblia

               Salta aos olhos de quem conhece as práticas religiosas

               populares que o uso de objetos ungidos pelas igrejas de

               libertação é bastante semelhante ao benzimento de

               objetos no baixo espiritismo, artes mágicas e no

               ocultismo em geral. Entretanto, essas igrejas argumentam

               que a prática tem base na Bíblia. Provavelmente a

               passagem bíblica mais citada é Atos 19.12, onde se relata

               o uso dos aventais e lenços de Paulo para expulsar

               demônios em Éfeso. É preciso salientar, entretanto, que

               esse acontecimento é o único do gênero que temos

               registrado no Novo Testamento. Fez parte dos "milagres

               extraordinários" que o Senhor realizou em Éfeso pelas

               mãos de Paulo (At 19.11).

 

               Devemos interpretar essa passagem da mesma forma

               como interpretamos os relatos do Antigo Testamento

               sobre o cajado de Moisés (Ex 8.5,16) e o manto de Elias

               (2 Re 2.8,14). Esses objetos foram veículos materiais do

               poder miraculoso desses homens. O propósito das

               narrativas acerca do poder que havia neles foi mostrar o

               extraordinário poder de Deus nas vidas dos seus

               possuidores, comprovando que a sua mensagem vinha

               realmente da parte de Iavé. O ponto é que esse poder era

               tão grande que até as coisas com as quais Moisés e Elias

               tinham contato diário se tornavam canais através dos

               quais ele era transmitido.

 

               Além dessas ocorrências no Antigo Testamento

               mencionadas acima, outros eventos são citados como

               justificativa para o uso de objetos como veículos do poder

               divino. Moisés fez uma serpente de bronze (Nm 21.9).

               Eliseu usou um prato novo com sal para miraculosamente

               sanar as águas de Jericó (2 Re 2.19-22), um pouco de

               farinha para purificar uma comida envenenada (2 Re

               4.38-41), um pau para fazer flutuar um machado que caiu

               no rio (2 Re 6.1-7). Sob seu comando, as águas do Jordão

               serviram para curar a lepra de Naamã (2 Re 5.1-14). Seu

               bordão parece que era usado para realizar milagres (2 Re

               4.29) e seus ossos ressuscitaram um morto (2 Re

               13.20-21). O profeta Isaías usou uma pasta de figos para

               curar Ezequias (2 Re 20.7).

 

               Alguns eventos narrados no Novo Testamento são também

               citados como prova. As vestes de Jesus tinham poder

               curador. Não somente a mulher com um fluxo de sangue

               foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras

               pessoas doentes (Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19). Em

               pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva para curar

               cegos (Mc 8.22-26; Jo 9.6-7), e em outra, para curar um

               mudo (Mc 7.33). Aparentemente, a sombra de Pedro,

               após o Pentecostes em Jerusalém, acabava por curar a

               quem atingisse (At 5.15).

 

               Devemos entender, entretanto, qual o objetivo dessas

               narrativas. Em todas elas, o conceito é sempre o mesmo.

               Jesus e os apóstolos eram tão cheios do poder de Deus

               que as coisas com as quais tinham contato íntimo se

               tornavam como que em extensões deles, para curar e

               abençoar as pessoas. O objetivo é idêntico: enfatizar a

               enormidade do poder de Deus em suas vidas, e assim,

               atestar que a mensagem pregada por eles, bem como

               pelos profetas do Antigo Testamento, vinha de Deus. A

               prova eram os poderes miraculosos tão extraordinários

               que até mesmo vestes, bordões, ossos, saliva, sombra e

               lenços desses homens transmitiam o poder curador de

               Deus que neles havia. É dessa forma que devemos

               entender o relato de Atos 19 sobre o poder curador dos

               lenços e aventais de Paulo.

 

               Evidentemente, essas passagens não servem como prova

               de que, hoje, as igrejas evangélicas podem abençoar

               objetos e usá-los para expelir demônios, proteger seus

               possuidores contra forças negativas e curar moléstias.

               Notemos as principais diferenças entre o uso destes

               objetos nos relatos bíblicos e o uso que é feito hoje pelas

               igrejas de libertação.

 

               1. Foram usados como símbolos - Em vários casos, o

               papel de objetos na execução dos milagres bíblicos é

               melhor entendido como tendo sido simbólico. De alguma

               forma estavam relacionados à natureza do milagre: uma

               serpente de bronze para curar mordeduras de serpentes,

               um pedaço de pau para fazer um machado flutuar, sal e

               farinha para purificar águas e comida (os dois elementos

               eram usados nos sacrifícios), ossos para trazer vida e

               água do Jordão para "limpar" a lepra. Nas igrejas de

               libertação, muito embora se diga que os objetos

               funcionam simbolicamente como apoio para a fé, acabam

               sendo aceitos pelos fiéis menos avisados como possuindo

               em si mesmos alguma virtude ou poder.

 

               2. A natureza dos milagres em que foram empregados -

               Os objetos fizeram parte de milagres que não vemos

               serem repetidos hoje. A melhor maneira de provar que o

               uso de objetos ungidos hoje opera a mesma liberação do

               poder divino como nos eventos relatados na Bíblia, seria

               abrir rios, ressuscitar mortos, curar leprosos, cegos e

               aleijados, sanear águas amargas e limpar comidas

               envenenadas usando objetos pessoais dos missionários e

               obreiros dessas igrejas. Entretanto, os "milagres"

               efetuados pelos objetos ungidos nas igreja de libertação

               nem de perto se assemelham aos prodígios

               extraordinários narrados nas Escrituras.

 

               3. Seu uso limitou-se ao momento do milagre - Nenhum

               dos objetos empregados na Bíblia preservaram algum

               "poder" em si mesmos após o milagre ter ocorrido. A

               serpente de bronze, até onde sabemos, não foi mais

               usada para curar mordidas de serpentes após o incidente

               no deserto, muito embora os judeus supersticiosos

               passassem a adorá-la como a um deus. É natural supor

               que Eliseu, após usar o manto de Elias para abrir as

               águas, usou-o normalmente como peça do seu vestuário,

               sem que o mesmo exercesse qualquer poder mágico nas

               coisas em que tocava. O sal, a farinha e o pedaço de pau

               que ele usou para fazer milagres foram tirados da vida

               normal e retornaram a ela após seu uso. Não retiveram

               qualquer propriedade miraculosa em si mesmos.

               Semelhantemente, os lenços e aventais de Paulo tiveram

               um uso especial somente em Éfeso, e provavelmente

               somente durante um determinado período, ao longo dos

               três anos que o apóstolo passou ali. Em contraste, as

               igrejas da libertação ungem e abençoam objetos e

               atribuem a eles efeitos que permanecem muito tempo

               após a cerimônia. É algo bem diferente do uso ocasional

               feito pelos profetas e apóstolos.

 

               4. Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de

               Deus - Alguns dos objetos usados eram coisas pessoais

               dos homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão de

               Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo

               e, num certo sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram

               empregados por isso. O alvo era mostrar o extraordinário

               poder de Deus sobre tais homens. Quando refletimos no

               fato de que somente coisas pessoais dos profetas, do

               Senhor Jesus e dos apóstolos foram usadas,

               perguntamo-nos se nossos objetos pessoais teriam o

               mesmo poder. A resposta humilde deve ser "não". Os

               profetas, o Senhor e os apóstolos foram pessoas

               especiais e pertenceram a uma época especial e única

               dentro da história da revelação. A suspeita de que nossos

               objetos pessoais são impotentes para realizar milagres

               fica ainda mais fortalecida quando não descobrimos nas

               Escrituras qualquer exemplo de coisas dos crentes

               comuns sendo usadas com esse fim.(4)

 

               5. Nenhum dos objetos empregados foi ungido ou

               abençoado - Essa é uma diferença fundamental. Nas

               igrejas de libertação, os objetos são ungidos, abençoados,

               fluidificados e consagrados através da oração e da

               imposição de mãos dos pastores e obreiros, depois do

               que, passam supostamente a ter poderes especiais. No

               entanto, em nenhum dos casos mencionados nas

               Escrituras, os objetos empregados nos milagres

               passaram, antes, por uma cerimônia de consagração. A

               Bíblia desconhece totalmente a "unção" de coisas com o

               fim de serem empregadas em atos miraculosos, para

               atrair as bênção de Deus, ou ainda, para expelir demônios

               e doenças. É verdade que no Antigo Testamento alguns

               objetos, utensílios e mobília do tabernáculo, e depois, do

               templo, foram ungidos com sangue e óleo. Mas o

               propósito não era investir essas coisas de poderes

               especiais, e sim separá-las do seu uso comum para o uso

               sagrado nos rituais de sacrifício. Eliseu não ungiu nem

               consagrou, pela oração, o sal, a farinha e o pedaço de

               árvore que usou para operar milagres. Nem Isaías ungiu a

               pasta de figo para curar a úlcera de Ezequias. Nem

               mesmo a serpente de bronze passou por uma

               consagração, antes de ser erigida diante do povo

               envenenado pelas serpentes. Os lenços e aventais de

               Paulo não passaram pela imposição de mãos do apóstolo

               antes de serem levados aos doentes e endemoninhados.

               O que dava "poder" àqueles objetos era o fato de que

               pertenciam, ou foram manipulados, por pessoas sobre

               quem o poder de Deus repousava de forma extraordinária.

 

               A conclusão inescapável é que não existe qualquer

               fundamento bíblico para que, hoje, unjamos e abençoemos

               objetos com o propósito de transmitir, através deles, uma

               medida do poder de Deus. Mais uma vez repito: creio que

               Deus faz milagres hoje. Creio que ele poderia usar o que

               quisesse para fazer isso. Entretanto, creio também que

               Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e seus

               meios de agir, para que não sejamos iludidos pelo erro

               religioso. E se vamos usar as Escrituras como regra da

               nossa prática, bem como critério para discernirmos a

               verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que,

               pela oração e unção, determinados objetos repassam uma

               bênção de Deus aos seus possuidores.

 

               Objetos que Trazem Maldição

               Tratemos agora de outro ensino ainda relacionado com o

               uso de objetos no campo religioso. Segundo adeptos do

               movimento de "batalha espiritual", objetos utilizados em

               qualquer forma de magia, ocultismo ou religião idólatra

               ficam impregnados de emanações malignas, como se

               demônios de fato residissem nos mesmos. Para usar a

               linguagem de alguns do movimento, esses objetos

               estariam "demonizados". Esse conceito é similar ao

               praticado na magia. Objetos magicamente "carregados"

               são considerados como transmissores do poder da

               mágica que representam, e afetam aos que os tocam.

 

               Portanto, caso um cristão venha a ter em sua casa,

               escritório ou local de trabalho, qualquer um desses

               objetos, estará dando ocasião para que os demônios (as

               verdadeiras entidades espirituais associadas com esses

               objetos) prejudiquem sua vida material e espiritual. A idéia

               é que objetos como ídolos, imagens, esculturas, quadros

               e fotos se tornam pontos de contato para os demônios,

               que sempre estão procurando materializar-se através de

               alguma coisa e assim atormentar os homens.(5) Admitir

               tais coisas dentro de casa, seria convidar os demônios a

               entrar e nos atormentar. Nas palavra de Jorge Linhares,

 

               Não basta que abençoemos os nossos bens, nossos

               pertences. precisamos verificar se não temos permitido

               adentrar em nosso lar objetos que são por natureza

               amaldiçoados - objetos que temos de lançar fora e de

               preferência, queimar ou destruir.(6)

 

               Uma outra coisa que segundo o pensamento da "batalha

               espiritual" permite a entrada de demônios na vida da

               pessoa é o ingerir comidas "trabalhadas" em centros de

               umbanda. Num capítulo entitulado "Como os demônios se

               apoderam das pessoas", do livro Orixás, Caboclos &

               Guias, Edir Macedo inclui comidas sacrificadas a ídolos

               como um desses meios. Ele conta o caso de um homem

               que ingeriu uma comida "trabalhada" e foi atacado por um

               espírito maligno que o fazia sofrer do estômago. Ele

               conclui dizendo, "Todas as pessoas que se alimentam

               dos pratos vendidos pelas famosas 'baianas' estão

               sujeitas, mais cedo ou mais tarde a sofrer do

               estômago."(7)

 

               Mark Bubeck, que ficou conhecido no Brasil por seu livro

               O Adversário, escreveu recentemente um outro livro sobre

               como podemos criar nossos filhos em meio aos

               constantes ataques que os demônios fazem ao nosso lar.

               Ao fim do livro, Bubeck adicionou um apêndice, contendo

               questionários cujas perguntas procuram levar os leitores a

               descobrir as portas pelas quais têm permitido aos

               demônios entrarem no lar e atacar os filhos. Uma das

               portas é a presença em casa de objetos amaldiçoados,

               como amuletos, fetiches e talismãs, livros sobre

               ocultismo, bruxaria, astrologia, mágica, adivinhação, e

               utensílios ou objetos usados em templos pagãos, rituais

               de feitiçaria, ou ainda na prática da adivinhação, mágica

               ou espiritismo. A sugestão de Bubeck é que a presença

               dessas coisas no lar permite aos demônios que penetrem

               na casa e atormentem os filhos.(8)

 

               Uso de objetos no paganismo

               A lista de Bubeck é bem modesta. Os objetos

               considerados "amaldiçoados" por muitos cristãos são via

               de regra aqueles usados nas religiões afro-brasileiras, nas

               práticas ocultas e no catolicismo popular. Nas religiões

               populares que empregam artes mágicas e práticas

               ocultas, objetos religiosos desempenham importante papel

               no culto e na fé dos participantes. São usados, por

               exemplo, em despachos e trabalhos feitos pelos

               pais-de-santos da umbanda. Objetos como o sal grosso, a

               rosa ungida, a água fluidificada, fitas e pulseiras especiais

               (como a do chamado "Senhor" do Bonfim) e ramos de

               arruda são bastante populares. Ainda podemos incluir

               talismãs e amuletos do tipo "pé-de-coelho". Para não

               mencionar ainda os fetiches usados na magia e no

               candomblé, as relíquias e imagens do catolicismo

               popular.(9) Na feitiçaria, velas coloridas são usadas para

               evocar vibrações energéticas das cores e promover

               transformações pessoais. Amuletos são empregados na

               proteção contra maus espíritos. Ainda são usados óleos

               especiais, incensos, cremes, pó, cristais, pirâmides,

               pêndulos, pulseiras, brincos e pendentes, colares

               contendo saquinhos com fórmulas mágicas e

               encantamentos, e muito mais.(10) As gárgulas (imagens

               de animais grotescos) são freqüentemente associadas

               com demônios.(11) Esses objetos são ungidos, benzidos,

               abençoados, purificados, fluidificados com o objetivo de

               passar ao seu possuidor alguma espécie de poder ou

               proteção. Ou ainda, são usados em rituais de magia

               associados com encantamentos, feitiços, despachos e

               trabalhos espirituais em geral. Em alguns casos, esses

               objetos são associados com os nomes das entidades

               espirituais aos quais são dedicados.(12)

 

               Maldições trazidas por objetos consagrados a

               demônios

               Como dissemos acima, para os aderentes do movimento

               de batalha espiritual a ingestão, a posse e mesmo o

               contato com coisas que foram oferecidas e consagradas

               aos demônios trazem maldição aos crentes. Um caso

               sempre mencionado é o do missionário que, ao regressar

               ao seu país de origem, trouxe da tribo africana onde

               trabalhava um pequeno fetiche (objeto usado nos rituais

               religiosos) como recordação. O missionário,

               evidentemente, não tinha qualquer atitude religiosa para

               com o objeto, como os africanos; trouxe-o apenas como

               lembrança, um souvenir. O fetiche foi colocado na estante

               da sala, em sua casa. Não muito tempo depois, sua filha

               ficou doente. Sua situação financeira foi de mal a pior.

               Havia uma "opressão espiritual" no ar, dentro da casa.

               Nada mais dava certo. Vozes e ruídos eram por vezes

               ouvidos à noite. Um dia, uma profetiza de uma igreja

               carismática veio visitar a família. Dirigiu-se imediatamente

               à estante onde estava o fetiche. Sem hesitar, declarou que

               a casa estava amaldiçoada por causa do objeto. Era

               preciso quebrar a maldição. Os passo